quarta-feira, 21 de novembro de 2012

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA LOGÍSTICA



A palavra logística derivada do grego ("logos = razão") significa "a arte de calcular" ou "a manipulação dos detalhes de uma operação". Na área militar, a palavra logística representa a aquisição, manutenção, transporte de materiais e de pessoal.
Na história antiga o primeiro relato que existe da construção dos primeiros armazéns datam de 1800 A.C., onde José, ao interpretar um sonho que o rei teve, no qual haveria sete anos de abundância seguidos por sete anos de fome em todo país; José começou a construir e estocar um quinto da colheita de cada ano em armazéns e celeiros, em cada cidade do Egito; e o país sobreviveu, nos anos de fome, por meio de bons planejamentos e distribuição.
Em 1991, o mundo presenciou um exemplo dramático da importância da logística. Como precedente da guerra do Golfo, os Estados Unidos e seus aliados tiveram que deslocar grandes quantias de materiais a grandes distâncias, em que se pensava um tempo extremamente curto. Meio milhão de pessoas e mais meio milhão de materiais e suprimentos tiveram de ser transportadas por 12.000 quilômetros por via aérea, mais 2,3 milhões de toneladas de equipamentos transportados por mar, tudo isso feito em questão de meses.
Na Antiguidade e na Idade Média, as preocupações com a logística, se existiam, levaram a pouco mais do que ao transporte do equipamento pelas próprias tropas, em seus "trens de combate". As legiões romanas, porém, já dispunham de uma rede de depósitos que favoreciam o ressuprimento das tropas com recursos provindos das bases de retaguarda. Ao longo da história do homem, as guerras têm sido ganhas e perdidas por meio do poder da logística ou da falta dela. Argumenta-se que a derrota da Inglaterra na guerra da independência dos Estados Unidos pode ser, em grande parte, atribuída à falta de logística. O exército britânico na América dependia quase que totalmente da Inglaterra para os suprimentos. No auge da guerra, havia 12.000 soldados no ultramar e grande parte dos equipamentos e da alimentação partia da Inglaterra. Durante os primeiros seis anos de guerra, a administração destes suprimentos vitais foi totalmente inadequada, afetando o curso das operações e a moral das tropas. Até 1781 eles não tinham desenvolvido uma organização capaz de suprir o exército e àquela altura já era muito tarde.
O barão Antoine-Henri Jomini, teórico militar e biógrafo de Napoleão, em seu Précis de l'art de la guerre (1836; Compêndio da arte da guerra), foi o primeiro a atribuir ao termo "logística" o sentido militar que passou a ter como setor responsável pelo planejamento, direção e execução das atividades militares não abrangidas pela tática e estratégia.
Na Segunda Guerra mundial, também a logística teve um papel preponderante. A relevância do apoio logístico chegou a ultrapassar, em muitos casos, a dos fatores tático e estratégico, tanto no lado dos alemães e japoneses como no dos britânicos, americanos e russos. A invasão da Europa pelas Forças Aliadas foi um exercício de logística altamente proficiente, tal como foi a derrota de Rommel no deserto. Entretanto, enquanto generais e marechais dos tempos remotos compreenderam o papel crítico da logística, estranhamente, somente num passado recente é que as organizações empresariais reconheceram o aspecto vital que o gerenciamento logístico pode ter para a obtenção da vantagem competitiva. Em parte, deve-se esta falta de reconhecimento ao baixo nível de compreensão dos benefícios da logística integrada.