A palavra logística derivada do grego ("logos =
razão") significa "a arte de calcular" ou "a manipulação
dos detalhes de uma operação". Na área militar, a palavra logística
representa a aquisição, manutenção, transporte de materiais e de pessoal.
Na história antiga o primeiro relato que existe da
construção dos primeiros armazéns datam de 1800 A.C., onde José, ao interpretar
um sonho que o rei teve, no qual haveria sete anos de abundância seguidos por
sete anos de fome em todo país; José começou a construir e estocar um quinto da
colheita de cada ano em armazéns e celeiros, em cada cidade do Egito; e o país
sobreviveu, nos anos de fome, por meio de bons planejamentos e distribuição.
Em 1991, o mundo
presenciou um exemplo dramático da importância da logística. Como precedente da
guerra do Golfo, os Estados Unidos e seus aliados tiveram que deslocar grandes
quantias de materiais a grandes distâncias, em que se pensava um tempo
extremamente curto. Meio milhão de pessoas e mais meio milhão de materiais e
suprimentos tiveram de ser transportadas por 12.000 quilômetros por via aérea,
mais 2,3 milhões de toneladas de equipamentos transportados por mar, tudo isso
feito em questão de meses.
Na Antiguidade e na Idade Média, as preocupações com a
logística, se existiam, levaram a pouco mais do que ao transporte do
equipamento pelas próprias tropas, em seus "trens de combate". As
legiões romanas, porém, já dispunham de uma rede de depósitos que favoreciam o
ressuprimento das tropas com recursos provindos das bases de retaguarda. Ao
longo da história do homem, as guerras têm sido ganhas e perdidas por meio do
poder da logística ou da falta dela. Argumenta-se que a derrota da Inglaterra
na guerra da independência dos Estados Unidos pode ser, em grande parte,
atribuída à falta de logística. O exército britânico na América dependia quase
que totalmente da Inglaterra para os suprimentos. No auge da guerra, havia
12.000 soldados no ultramar e grande parte dos equipamentos e da alimentação
partia da Inglaterra. Durante os primeiros seis anos de guerra, a administração
destes suprimentos vitais foi totalmente inadequada, afetando o curso das
operações e a moral das tropas. Até 1781 eles não tinham desenvolvido uma
organização capaz de suprir o exército e àquela altura já era muito tarde.
O barão Antoine-Henri Jomini, teórico militar e biógrafo de
Napoleão, em seu Précis de l'art de la
guerre (1836; Compêndio da arte da guerra), foi o primeiro a atribuir ao
termo "logística" o sentido militar que passou a ter como setor
responsável pelo planejamento, direção e execução das atividades militares não
abrangidas pela tática e estratégia.
Na
Segunda Guerra mundial, também a logística teve um papel preponderante. A
relevância do apoio logístico chegou a ultrapassar, em muitos casos, a dos fatores
tático e estratégico, tanto no lado dos alemães e japoneses como no dos
britânicos, americanos e russos. A invasão da Europa pelas Forças Aliadas foi
um exercício de logística altamente proficiente, tal como foi a derrota de
Rommel no deserto. Entretanto, enquanto generais e marechais dos tempos remotos
compreenderam o papel crítico da logística, estranhamente, somente num passado
recente é que as organizações empresariais reconheceram o aspecto vital que o
gerenciamento logístico pode ter para a obtenção da vantagem competitiva. Em
parte, deve-se esta falta de reconhecimento ao baixo nível de compreensão dos
benefícios da logística integrada.